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Saturday, July 11, 2015

Partidas

Te entrego o olhar
Afago teu rosto
Um cheiro, um beijo
E último abraço

E os corpos se afastam
E as mãos se desenlaçam
E não há mais o toque
E o corpo que se move ainda de costas decide virar
E os pulmões buscando coragem respiram mais forte

E os olhos que escondem a angústia impõe um último olhar
Até que o coração buscando ser forte
Toma as rédeas da sorte
E decide não mais olhar pra trás

Adeus








Há 10 dias eu e Thaïs lançamos, enfim,
o nosso projeto que teve início em outubro passado.
Sobre as "Partidas" de nossas vidas, fizemos poesia.
E a poesia virou música, e a música  - como fazem as boas músicas -
se transforma novamente em sentimentos aos ouvidos de quem escuta!

É assim Partidas!
As partes!
O Adeus!

Tuesday, February 24, 2015

Passagens

De passagem enxergo que assombra a paisagem
São restos de vida
Que incomodam o percurso

Às vezes são ruas
Às vezes pessoas
Às vezes sinais
Ou pistas deixadas

Por alguém que se foi e não vou conhecer
Ou pessoas que o tempo já me fez esquecer
Ou passagens que eu quero ver esquecidas
Tantas vidas se movem
Tantas vidas sem vida

Tantos restos de vida deixados nos cantos
Assombrando a paisagem
Desviando o percurso

Às vezes são ruas
Às vezes mensagens
São coisas usadas
São vidas usadas

Por alguém que passou e jogou por querer
Ou alguém que perdeu e se foi sem saber
Se esgueirando nas ruas nem parecem mais vidas
Tantas vidas se movem
Tantas vidas sem vida

Esperando a morte
Pra curar suas feridas






Friday, February 20, 2015

Morrer

Não desejo a morte porque quero que tudo termine
Desejo a morte por que quero começar outra vida
Logo!!

Logo, não desejo a morte!

Dessa vida
Somos as coisas perdidas
Histórias que não sabem como acabar.

Um dia me canso
E me acabo

Mas a morte...
...não terá nada a ver com isso!





Tuesday, January 27, 2015

Notas Poéticas: "Entre aspas" (#9 de 14)


Lac Ouimet - Mont-Tremblant - QC

Entre o céu e a Terra
Entre aspas
Entre pernas
Entre as seqüelas de palavras e pessoas doentes

amores!






Thursday, January 8, 2015

Histórias

“Cada um responde com a bagagem que tem!”
Existem frases, lugares, pessoas, situações que NUNCA esquecemos! Fazem parte da coleção de paisagens que colhemos durante nossa trajetória.
No entanto, o Passageiro não se lembra: ele vive!
E também não carrega bagagem: ele é!
Certa vez inventei a história de que um Lobo teria devorado, por pura vaidade, uma rosa - na verdade, a Rosa Mais Bonita. Como maldição por seu ato de ganância, ele perdeu seus olhos, e foi condenado a vagar pela eternidade, trazendo consigo apenas sua lembranças e a essência da Rosa que havia destruido. Das pedras, do cheiroda chuva e do sol desse caminho, nasceram os sentidos, as almas e as virtudes.
Ao supor que o Passageiro teria surgido dessa história, descobri que... ...ele É essa história!

(São Paulo, outubro de 2007)


Há alguns anos assisti - no programa “Provocações” da TV Cultura - a entrevista de uma menina, que trazia uma deficiência física bastante acentuada (não me lembro bem pois não era sua deficiência mas sua inteligência e sabedoria que chamavam a atenção!). Creio que ao ser perguntada sobre a sua compreensão das coisas diante de suas difificuldades, em relação às outras pessoas, ela começou a resposta dizendo: “Cada um responde com a bagagem que tem!” Não me lembro seu nome, mas nunca mais me esqueci disso!






Thursday, December 25, 2014

De passagem

Tive na vida muitas pessoas que gostaria que tivessem ficado
Mas não ficaram
Se foram mais cedo
A morte, a distância, o esquecimento...
Todos se foram
Mas ficaram os sentimentos
As histórias
Os encantos, a memória...

O gosto do beijo
os tons das palavras
o brilho do olhar
São provas que ainda posso provar

Da partida
E dos corações partidos
A certeza de que fui capaz de amar
Fui capaz de estar vivo e de ter vivido
Fui capaz de sorrir
E de sonhar



(Ofereço-lhes uma rosa. A mesma que me fez nascer!)




Monday, December 22, 2014

Saudade

Das palavras que se acumulam diante de meus olhos
Dessa pilha de versos estúpidos
que atormentam meu coração
Desse universo de sentimentos escritos
que me cortam em pedaços

Existe apenas uma coisa que de fato entendo
e que de fato aceito

A saudade!

Saudade daquilo que um dia foi virtude
Saudade daquilo que ainda não conheço 

Com essa saudade remendo os pedaços em que me transformei com o tempo
e que sem ela já estariam há tempos perdidos pelo caminho.




Monday, December 8, 2014

Invisível


Os olhos da manhã trazem a luz de um novo dia
Invisível aos meus olhos
Invisível como estou
Já não causa tanta dor
Nem tampouco incomoda

Aos olhos dos que acordam e celebram esse dia
Invisíveis são meus olhos
Invisível minha dor
Já não cabe onde estou
Nem tampouco vai embora

A esses olhos que me tocam, me explicam, me devoram
Invisível sigo adiante
Invisível e sem vontade
Já não ouço os que mentem
Nem os que dizem a verdade

Na verdade eu simplesmente
Não me encontro mais aqui!






Thursday, November 27, 2014

Ausente


Tenho andado pra bem longe
Estado ausente de mim mesmo
Vagando por aí
Vagando sem sentido
Vagabundo
Indeciso
Embriagado de meus versos
Inúteis
Inútil
Fútil e impaciente
Delirante
Decadente
Deprimente
Depressivo

Estado ausente e impreciso
Incrédulo
Displicente
Inconseqüente
Sem sentido
Sem fôlego
Sem amigos
Com a mente à deriva
Descontrolada
Alma perdida
Machucada
Envenenada
Contundente

Estado ausente de verdade
De vontade
Imprudente
Enfrentando a tempestade
Em mar aberto
Mar adentro
Esquecido
Maltratado
Estado ausente de mim mesmo


E ausente de mim mesmo
Tenho andado pra bem longe
Inconstante
E dividido
Fugitivo
Sem destino
Sem ter feito o bastante
Sem ser bravo o suficiente
E sem ver muito mais adiante
A cada instante
Mais ausente
mais ferido
e mais distante!


Tuesday, November 25, 2014

O garoto preto


O garoto era pobre
E se perdeu por um sonho
Se encontrou na realidade ausente
E deu um tiro em sua própria imagem
A miragem era ódio
Era um anjo
Era deus
O único deus que poderia dar de volta
Aquilo que o mundo havia lhe roubado

O garoto era preto
E se vendeu por um sonho
Se encontrou na realidade branca
E deu um tiro em sua própria crença
Na presença do ódio
Era um anjo
Era deus
O único deus que poderia levar embora
Toda desgraça que o mundo havia lhe dado

Pois sim ele era......era só um garoto
Que enfim sofreu por um sonho
Se encontrou numa realidade doente
E deu um tiro em sua própria cabeça
Na imagem do ódio
Virou um anjo
Virou um Deus
O único deus que poderia levá-lo embora
E enfim livrá-lo de todo mal, Amém!




Essa é uma história de ficção. Qualquer semelhança com pessoas,
lugares e fatos reais, terá sido mera coincidência.

Montréal, 24 de novembro de 2014



Friday, November 21, 2014

Todos os corações do Mundo


Hoje eu encontrei todos os corações do mundo.
Eles estavam aflitos
Preocupados com as conjunturas da política internacional.

Nos sentamos pra tomar um café bem forte
Enquanto eles folheavam as manchetes do dia.
Conversamos um pouco sobre coisa nenhuma.

Não me lembro deles terem me olhado nos olhos.
Saíram atrasados, apressados pra vida.

Disseram que um dia desses podemos marcar um almoço.
Eu sorri mas não creio que eles perceberam.

Esqueceram sobre a mesa alguns sentimentos rabiscados num papel -
não creio que sentirão falta deles

Não devem ser importantes!



Wednesday, November 19, 2014

Oração

(Clique na imagem para aumentar)









Desistir

As curvas do tempo trazem as marcas da crueldade
O sol se ergue sobre a dor de um novo dia
Uma espera sem nome
Uma sorte vazia
As frestas da cortina empoeirada
   mostram que ainda existe vida
Imprecisa e tênue
Um fio prateado a que me apego

Ainda há ar em meus pulmões
Ainda há as frestas
E cortinas não abertas

Não acredito em um mundo novo
Mas não tenho medo do porvir

Não vejo mais o horizonte
Mas continuo mesmo assim
Tenho desistido de muitas coisas
Mas ainda não desisti de mim





Thursday, November 13, 2014

Somos Instantes

Somos instantes
Às vezes distantes
Muitas vezes sozinhos
Do amor desses caminhos,
Somos amantes
Nesse andar curvo e delirante
Somos desalinho

Da aventura das palavras

Somos o verso
Às vezes inverso
Muitas vezes sem sentido
Das certezas desses caminhos
Somos o incerto
No andar dúbio e incorreto
Somos destino

Enfim,
dos lugares desse mundo

Somos horizontes
Intocáveis, descontínuos
Quase sempre imprecisos
Da beleza desses caminhos
Somos o espelho
E da imagem que vemos no espelho,
Desconhecidos

Das armas, o gatilho
Das rosas, os espinhos

Das janelas, somos a pedra
Das correntes, o elo perdido
Dos generais, somos a ordem
E de nós mesmos,
                             os inimigos


Tuesday, November 4, 2014

O complicado da vida

O que é complicado na vida?

A irreversibilidade do tempo,
a complexidade das escolhas,
a inutilidade das atitudes,
a estupidez das palavras,
a continuidade da tristeza
a clausura do amor,
a irracionalidade das pessoas,
ou a futilidade da razão? 

Do poeta, isso não é poesia:
é apenas uma pergunta!






Monday, November 3, 2014

...porque a vida não é mais que recomeços

...e então foi assim:

Tirei a poeira das mãos
Tirei o mundo dos ombros
Limpei as lágrimas dos olhos

Fingi que ainda tinha forças
Fingi que ainda tinha vontade
Forjei o que ainda faltava

...e segui como quem sabe pra onde vai.

Porque não podia mais esperar
Porque não podia mais me calar
Porque não aguentava mais morrer

Morrer de agonia
Morrer de desgosto
Morrer de desesperança

...me vesti de uma fantasia qualquer
 e fui adiante

Pois não havia mais o que temer
Não havia mais nada a perder
Não havia mais dor desconhecida

Nem a dor do silêncio
Nem a dor do desprezo
Nem a dor dessa vida



Tuesday, October 28, 2014

Fragmentos

"...me lancei ao precipício sob os olhares de velório... ...mas foi o que o meu coração mandou. E com o tempo, a batida forte de meu coração amedrontado foi substituída pela sensação maravilhosa do vento batendo em meu rosto, esvoaçando meus cabelos... ...estava voando em plena queda-livre. De repente a batida forte retoma o meu corpo - o mar antes distante, agora era inevitável. E então, o impacto... ...que foi bem longe de ser o fim: a imensidão do ar se transformou em imensidão de mar. Eu sentia a dor, mas a eternidade daqueles segundos me levaram muito além do que eu poderia ter imaginado!

Muito, muito além!!!" 

(fragmentos tirados... ...do bolso esquerdo)

Monday, October 20, 2014

As coisas que acontecem dentro de mim


Eu já não tenho forças para falar
Das coisa que acontecem dentro de mim
Dos mares que navego hoje distantes
Das sombras que cantam uma escuridão sem fim

Dos olhos que se escondem atrás do cansaço
Das cores que desbotam por entre os escombros
Dos gritos que silenciam os meus temores
Dos amores que me entregam ao desencontro

Eu já não tenho voz para lhes contar
Das coisas que acontecem dentro de mim
Dos versos que deságuam em formas dementes
Dos ventos que me arrastam em solo inimigo

Dos mitos que me mostram terras perdidas
Dos sonhos que se perdem no ar por engano
Dos anjos que me assombram com o que é sagrado
E dos demônios que me beijam com o que é profano

As coisas que acontecem dentro de mim
São milagres de um passado incerto e presente
São as margens de uma estrada quase vazia
As marcas de um amor intenso e ausente

Aquilo que acontece dentro de mim
Ao mesmo tempo que é dor, também é riso e saudade
Ao mesmo tempo que é olhar e buscar o horizonte
Também é se curvar, é não ter mais vontade

Já não tenho palavras nem luz para explicar
Já não tenho memória, nem tampouco caminho
Os dias me sufocam e me deixam mais fraco
A cada dia mais triste
                                     sem voz e sozinho






Monday, October 6, 2014

Chorar

Às vezes eu choro
Sozinho
Em silêncio
Choro por toda dor que não consigo entender
Por todo ódio que encontro
Por todo amor que se perde

     se perde em palavras
     se perde no silêncio das pessoas vazias

De vez em quando eu choro
Porque não aprendi a rezar
Porque não aprendi a mentir
Porque fingir é uma dor que não consigo entender

Sozinho
Pego o silêncio das palavras,
a imensidão dos sentimentos
as flores que foram lançadas ao lixo
e então
eu choro

Porque chorar
Sozinho
Em silêncio
Por toda dor que não consigo entender
     talvez não seja virtude
     mas tampouco é agressão