Escrevo cartas para um tempo futuro
para os que viveram a Revolução
Eles não conhecem a vida de ouvir dizer
Eles têm o mundo inteiro, e sabem o que fazer com ele!
Não lhes peço armas - lhes peço razões
Não invento frases - escrevo sentimentos
Não uso a energia que resta
pra proteger castelos de areia
Apenas escrevo e envio minhas cartas aos que conhecem a Revolução!
Eles não conhecem o medo de ouvir dizer
Eles têm coragem, e sabem o que fazer com ela!
Coragem de sair pela manhã
Encontrar o sol de um novo dia
E entender o canto dos que nos chamam do amanhã
Por isso envio cartas ao amanhã
pra esses que de fato conhecem a Revolução
Eles não conhecem os fatos de ouvir dizer
Eles têm o silêncio e o grito, e sabem o que fazer com eles!
Cultivar os filhos do próximo canto
Beber o vinho dos seus aniversários
Mergulhar no vazio de suas almas serenas
E então envio cartas aos que conhecem a Revolução
Pois eles não conhecem o tempo de ouvir dizer
Um dia – nessa ou em outra vida – essas cartas serão abertas
Suas razões e sentimentos serão o mundo
O seu sol e seus cantos serão coragem
Seus filhos e sual alma serão o silêncio e o grito, vivos e presentes!
O mundo então verá os que conhecem a Revolução…
…e ele saberá o que fazer com eles!!!
Portanto jamais deixarei de enviar cartas aos que conhecem a Revolução!
Não existiriam muitas coisas sem elas…
…nem revolução, nem mundo que valesse o tempo!
Aos Bravos, os braços… …num abraço que não leva nome, tempo ou piedade!
(À Miguel de Paula Pimentel, a quem por muito tempo enviei
todas as cartas que escrevi e recebi nessa vida!
Escrito em 18 de abril de 2009
Montréal - Québec)