Saturday, January 31, 2015

Notas Poéticas: "O Sol" (#13 de 14)




O sol já não aquece

Mas ainda sugere o horizonte

Por onde os sentimentos esperam se encontrar!






Friday, January 30, 2015

Notas Poéticas: "Réquiem" (#12 de 14)


Mont-Tremblant National Park - QC


Meu coração não consegue aquecer o frio da estrada.
E o brilho não é mais que uma singela forma de dizer adeus!





Thursday, January 29, 2015

Notas Poéticas: "Esperança" (#11 de 14)


Domaine Saint-Bernard - Québec



Cansado de esperar,

a espera

da

esperança

que não cansa

de não querer

chegar







Wednesday, January 28, 2015

Notas Poéticas: "As águas" (#10 de 14)


Village Mont-Tremblant - Québec 

A correnteza 
lenta
calma
inevitável
Sempre encontrará o seu caminho!

Um sentimento
lento
calmo
inevitável...







Tuesday, January 27, 2015

Notas Poéticas: "Entre aspas" (#9 de 14)


Lac Ouimet - Mont-Tremblant - QC

Entre o céu e a Terra
Entre aspas
Entre pernas
Entre as seqüelas de palavras e pessoas doentes

amores!






Monday, January 26, 2015

Notas poéticas: "Luz e sombra" (#8 de 14)


A luz não me pertence
Dessa luz eu sou só sombra
Coexisto...

...mas do outro lado da janela!











Sunday, January 25, 2015

Notas Poéticas: "Campos da destruição" (#7 de 14)




Dos vales que se estendem em meu caminho
Sou a tempestade
A avalanche
A ventania que passa e se perde 
Sem que as pessoas percebam
Se ela de fato já foi embora.





Saturday, January 24, 2015

Friday, January 23, 2015

Notas Poéticas: "Fogo" (#5 de 14)


O fogo ardente, amargo e distante
Errante, demente
Ilumina meu corpo
Corrompe, subverte
uma mente incandescente
De prazeres e paixões
Insensatos sentimentos 
De um pobre coração.










Thursday, January 22, 2015

Notas Poéticas: "Simetrias imperfeitas" (#4 de 14)


Vieux Port - Montréal - Québec




Simetrias mentem
Escondem imperfeições
Meu coração não mente
Não se liberta de ilusões
.
.
.

...que o fazem bater
.
.
.
.


Mas são só ilusões!
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.




...mas bate!!!





Wednesday, January 21, 2015

Notas Poéticas: "Pessoas" (#3 de 14)



Montréal (centre-ville) - Qc


Vejo pessoas
Vejo fantasmas
Vejo verdades que não queria ver

Vaidades que assombram as ruas desertas
E inventam as regras de um novo viver

...enquanto não vivem
                                ...e morrem sem saber!





Tuesday, January 20, 2015

Notas Poéticas: "Sigo marcas" (#2 de 14)



Mont-Royal - Montréal -Qc


Sigo marcas
Pegadas deixadas
Por alguém que passou em outros tempos
Não deixaram sentimentos
Mas deixaram marcas

Pra que eu reinvente
os meus





Monday, January 19, 2015

Notas Poéticas: "Céu" (#1 de 14)


Beaconsfield - Qc





Céu

O véu que cobre tudo junto

Bem maior que quase tudo nesse mundo

Só não é maior que meus

desejos








Friday, January 16, 2015

Assassinato

E a manchete dizia o seguinte:
"Oprimido mata Opressor com requintes de crueldade!"
Foi na noite do santo padroeiro
Que a tragédia se deu por inteiro
Assustando a gente daquela cidade

Todos estamos solidários às famílias de ambas as vítimas:
A vítima do assassinato
E a vítima da opressão
Mas só pra primeira teve passeata
Discurso de gente importante
E cobertura na televisão

Pois só a primeira é de fato um crime
Sendo a segunda, fato casual
Que acontece todos os dias
Não vende slogan na camiseta
Nem primeira página de jornal

Ao povo do assassinado

Vítima de uma mente doente
Que se deu o direito de tirar uma vida
Fica a dor, o desespero
E o gosto amargo dessa saudade

Ao povo do assassino

Vítimas duplamente
Da mesma mente doente
E do opressor cruel e consistente
Fica a etiqueta de terroristas
De mensageiros de toda maldade

Enquanto isso nas catedrais

Os assassinos oficiais
Alinham o terno e a gravata 
E vão pra rua em passeata lutar pela liberdade
E tirar foto pro jornal pra depois usar na eleição
Pois oprimir nunca foi crime
E matar de fome e esquecimento
Não merece nossa atenção



(ao atentado de 7 janeiro de 2015 que matou 12 pessoas em Paris, ao atentado de 9 de janeiro que matou mais de 2000 pessoas invisíveis na Nigéria, a à todos os outros que acontecem nas favelas e guetos mundo a fora e matam milhões de outros invisíveis e não são importantes o suficiente pra nos mobilizarmos)






Thursday, January 15, 2015

O mundo vai acabar

O mundo vai acabar
Sem eu te beijar
Sem tocar teu corpo
Sem te abraçar


O mundo vai acabar
Sem que eu te encontre
Sem que eu me encontre
Sem me libertar

O mundo vai acabar 

Sem pedir licença
Sem pedir desculpas
Sem pedir perdão

O mundo vai acabar

Sem nos dar abrigo
Sem nos dar alento
Sem explicação

O brilho dos teus olhos
O brilho do teu mundo
Assim bem de repente
Nada, nada vai restar

Pois mundo vai acabar

Sem deixar histórias
Sem deixar memórias
Só a tristeza vai ficar

Porque o mundo vai acabar

Sem eu te beijar
Sem tocar teu corpo
Sem me encontrar





Wednesday, January 14, 2015

Liberdade


Apareceu no fim do mundo
               a liberdade que eu não via

Apareceu no fim do dia
               a liberdade que eu pedi

Não era céu, nem era a morte 
               a liberdade que surgia

Era você e o seu amor
               na liberdade de sentir



Tuesday, January 13, 2015

Minhas Vontades


Não tenho laços
Não tenho terras
Não tenho histórias que queira contar
O meu país foi dividido
E fiquei perdido sem ter pra onde voltar

Não tenho casa
Não tenho teto
Não tenho cama onde queira deitar
Os sonhos de antes foram esquecidos
E os sonhos de agora não querem mais sonhar

Não vejo pessoas
Não tenho amigos
Não penso em corpos que queira tocar
As minhas vontades se foram pra sempre
E eu sigo a procura do que não quero encontrar






Sunday, January 11, 2015

Aos que conhecem a revolução

Escrevo cartas para um tempo futuro
para os que viveram a Revolução
Eles não conhecem a vida de ouvir dizer
Eles têm o mundo inteiro, e sabem o que fazer com ele!
Não lhes peço armas - lhes peço razões
Não invento frases - escrevo sentimentos
Não uso a energia que resta
 pra proteger castelos de areia

Apenas escrevo e envio minhas cartas aos que conhecem a Revolução!
Eles não conhecem o medo de ouvir dizer
Eles têm coragem, e sabem o que fazer com ela!
Coragem de sair pela manhã
Encontrar o sol de um novo dia
E entender o canto dos que nos chamam do amanhã

Por isso envio cartas ao amanhã

pra esses que de fato conhecem a Revolução
Eles não conhecem os fatos de ouvir dizer
Eles têm o silêncio e o grito, e sabem o que fazer com eles!
Cultivar os filhos do próximo canto
Beber o vinho dos seus aniversários
Mergulhar no vazio de suas almas serenas

E então envio cartas aos que conhecem a Revolução
Pois eles não conhecem o tempo de ouvir dizer
Um dia – nessa ou em outra vida – essas cartas serão abertas
Suas razões e sentimentos serão o mundo
O seu sol e seus cantos serão coragem
Seus filhos e sual alma serão o silêncio e o grito, vivos e presentes!
O mundo então verá os que conhecem a Revolução
…e  ele saberá o que fazer com eles!!!

Portanto jamais deixarei de enviar cartas aos que conhecem a Revolução!
Não existiriam muitas coisas sem elas…
…nem revolução, nem mundo que valesse o tempo!
Aos Bravos, os braços… …num abraço que não leva nome, tempo ou piedade!




(À Miguel de Paula Pimentel, a quem por muito tempo enviei
todas as cartas que escrevi e recebi nessa vida!
Escrito em 18 de abril de 2009
Montréal - Québec)


Friday, January 9, 2015

Migalhas

Às vezes a Estrada parece ser feita de migalhas,
atiradas pelos que não conhecem os passos além de seus jardins.
O que tirar disso?
O que guardar?
O que deixar partir?
Meu coração não possui nenhum jardim
Pertence aos poucos que ainda estão abertos
Imperfeitos e incompletos
Prontos pra se transformarem no universo perfeito pra alguém
Prontos pra transformarem as migalhas em sentimentos
Recolho as migalhas pra entrgá-las aos jardins a que pertenço 
E vou embora
Com um sorriso
Com uma história
E dos motivos pra guardar tanta tristeza
Faço migalhas pra lançar aos passarinhos
Que em festa brincam e me trazem outro sorriso
E depois vão se enamorar de outras flores
E ajudar a inventar outros jardins
Eu fico com o vento:
Ora sigo, ora infrento
Recolho as migalhas que encontro pela estrada
E tenho em meus sonhos - as únicas coisas que quero guardar
Um Passageiro que se rende aos passarinhos
Porque não tem ninho
E nem tampouco aprendeu a voar
só tem a Estrada!

…só tem a Estrada!!!






Thursday, January 8, 2015

Histórias

“Cada um responde com a bagagem que tem!”
Existem frases, lugares, pessoas, situações que NUNCA esquecemos! Fazem parte da coleção de paisagens que colhemos durante nossa trajetória.
No entanto, o Passageiro não se lembra: ele vive!
E também não carrega bagagem: ele é!
Certa vez inventei a história de que um Lobo teria devorado, por pura vaidade, uma rosa - na verdade, a Rosa Mais Bonita. Como maldição por seu ato de ganância, ele perdeu seus olhos, e foi condenado a vagar pela eternidade, trazendo consigo apenas sua lembranças e a essência da Rosa que havia destruido. Das pedras, do cheiroda chuva e do sol desse caminho, nasceram os sentidos, as almas e as virtudes.
Ao supor que o Passageiro teria surgido dessa história, descobri que... ...ele É essa história!

(São Paulo, outubro de 2007)


Há alguns anos assisti - no programa “Provocações” da TV Cultura - a entrevista de uma menina, que trazia uma deficiência física bastante acentuada (não me lembro bem pois não era sua deficiência mas sua inteligência e sabedoria que chamavam a atenção!). Creio que ao ser perguntada sobre a sua compreensão das coisas diante de suas difificuldades, em relação às outras pessoas, ela começou a resposta dizendo: “Cada um responde com a bagagem que tem!” Não me lembro seu nome, mas nunca mais me esqueci disso!