Tenho tido muitas coisas
Inclusive o mundo inteiro
No entanto as palavras me traem
Os sentimentos me esmagam
E o suor me condena
Estou todo espalhado
Entre aquilo que mais desejava
E aquilo que mais repelia
Estou por toda parte
E não entendo esse monte de cacos
Tenho casa mas não tenho canto
Tenho grito mas não tenho alma
Espero o sol como o vampiro espera a morte
Os raios do sol - simples e cotidianos
Dilacerando a pele
Expondo a carne
Deformando
Tenho tido muitas coisas
E por acreditar nelas me perdi
O reencontro talvez já não seja mais um lugar
E a resposta talvez não esteja mais nessa vida
Sinto muito
Não entendo
E não pretendo pertencer a ninguém!
(151210)
Tem a alma livre e como tal, não pertence a nada nem ninguém. A dor que consome é a não aceitação de correntes, não se prende a alma livre...
ReplyDeletePrecioso e forte este seu texto... Direto ao ponto, sem meias verdades ou inverdades.
ReplyDeleteParabéns, Gullicci. É cada vez maior minha admiração por sua arte e seu criador.
Um grande e fraterno abraço!
Estar espalhado entre o que mais se quer e o que mais se repele. Bem interessante!
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