Friday, October 18, 2013

A inocência



E a inocência então partia!

Se inclinara lentamente enquanto eu caminhava e   
contemplava o despertar da lua,
e se foi em uma das curvas do caminho.


Não me lembro da última vez em que ela sorriu pra mim,
mas me lembro bem de seu sorriso 
- ás vezes ele me aquece 
e sem o menor sentido ou razão,
me faz sorrir,
e sentir saudades!...


...e me faz chorar do choro bom das lembranças
- as lembranças das histórias passadas.
Que são histórias passadas,
mas jamais histórias perdidas!

Eu não sou mais o mesmo,
assim como a lua hoje desperta em horizontes antes
nunca imaginados. 
Mas a inocência, ela é a mesma!
E às vezes me parece certo que essa é a mensagem:
   
ela se foi pra que pudesse continuar a mesma.
Se foi para que não fosse transformada!

Nas contradições de um sentimento
- como é da natureza dos sentimentos -
se foi porque só assim estaria sempre presente!

Às vezes quando a lembrança de seu sorriso me aquece, 
 me pego olhando pra trás e sorrindo come se fosse 
 reencontrá-la.

Nesses momentos, tenho a nítida impressão de que ela me  
 acompanha, e está escondida em algum lugar,
 me observando...
 ...e sorrindo,


como se soubesse que minhas buscas no futuro
nada mais são do que meu caminho de volta,
onde talvez ela esteja me esperando com seu sorriso
e um abraço
- daqueles abraços que dão sentido
à todas as buscas perdidas!



(à Mira Serena e Michel Albert)

No comments:

Post a Comment